Durante muito tempo, eu achei que o problema estava na inteligência artificial. As respostas vinham genéricas, superficiais ou simplesmente não ajudavam em nada. Parecia que a IA nunca entendia exatamente o que eu queria.
Até que eu percebi algo óbvio, mas desconfortável: o problema não era a ferramenta. Era a forma como eu estava pedindo.
A inteligência artificial responde com base na qualidade da instrução que recebe. Quando o pedido é confuso, a resposta também será. Quando o pedido é claro, estratégico e bem direcionado, a IA se transforma em uma aliada poderosa.
Foi a partir dessa percepção que eu desenvolvi um método simples para criar prompts que realmente funcionam. Não é algo técnico ou complexo. É um processo lógico, repetível e acessível para qualquer pessoa que use IA no dia a dia.
Por que a maioria dos prompts falha
A maioria das pessoas escreve prompts como se estivesse conversando informalmente com alguém que já entende todo o contexto. Só que a IA não tem esse contexto automático.
Pedidos como “crie um texto para mim” ou “me dê ideias de conteúdo” deixam tudo em aberto. A IA precisa adivinhar o público, o objetivo, o formato e o tom. Quando isso acontece, o resultado quase sempre é mediano.
Um bom prompt não deixa espaço para suposições. Ele orienta, delimita e direciona.
O princípio central de um prompt eficiente
Todo prompt eficiente responde a uma pergunta básica: o que exatamente eu espero dessa resposta?
Quando você entende isso, fica mais fácil estruturar o pedido. O método que eu uso se baseia em seis decisões simples, que transformam completamente a qualidade das respostas da IA.
1. Diga quem a IA deve ser
O primeiro passo é definir o papel que a IA vai assumir. Isso muda tudo.
Quando eu digo para a IA quem ela é, eu determino o nível de profundidade, o vocabulário e o ponto de vista da resposta.
Exemplo:
“Você é um estrategista de marketing especializado em conteúdo digital.”
A partir desse momento, a IA deixa de responder de forma genérica e passa a agir dentro daquele papel.
2. Crie o cenário certo
Depois de definir o papel, eu apresento o cenário. Aqui entram informações sobre o que está sendo criado, para quem e em qual situação.
Exemplo:
“Estou criando conteúdo para um blog voltado a pequenos empreendedores que querem usar IA no dia a dia.”
Esse contexto funciona como um mapa. Ele impede que a IA entregue algo desconectado da realidade.
3. Declare o resultado esperado
Esse é o ponto onde muitos prompts quebram. Não basta dizer o que deve ser feito. É preciso dizer por quê.
Exemplo:
“Quero um texto que ajude o leitor a entender como usar IA para ganhar produtividade.”
Quando o objetivo é claro, a IA passa a priorizar decisões que levam àquele resultado específico.
4. Controle o formato da entrega
A mesma ideia pode ser entregue como texto longo, lista, passo a passo, roteiro ou resumo. Se você não escolhe, a IA escolhe por você.
Exemplo:
“Organize a resposta em tópicos curtos, com explicações diretas.”
Isso economiza tempo e evita retrabalho.
5. Ajuste o tom da comunicação
Conteúdo sem tom é conteúdo sem personalidade. Eu sempre digo à IA como quero que ela soe.
Exemplo:
“Use linguagem simples, direta e próxima, como se estivesse explicando para alguém iniciante.”
Esse detalhe muda completamente a experiência de leitura.
6. Melhore antes de finalizar
Um prompt não precisa terminar na primeira resposta. Eu sempre peço variações ou ajustes.
Exemplo:
“Crie duas versões diferentes e depois refine a mais clara.”
Esse processo de refinamento faz a IA entregar algo muito mais próximo do ideal.
A estrutura que eu uso sempre
Sempre que vou criar um prompt, eu sigo essa lógica:
Papel da IA
Contexto
Objetivo
Formato
Tom
Ajustes
Essa estrutura funciona porque elimina ambiguidade. A IA entende exatamente o que fazer, como fazer e para quem fazer.
O que muda quando você domina prompts
Quando você aprende a criar bons prompts, a IA deixa de ser uma ferramenta imprevisível e passa a ser previsível. Você ganha consistência, velocidade e qualidade.
Você deixa de testar no escuro e passa a comandar o processo. As respostas ficam mais úteis, mais claras e mais próximas do que você realmente precisa.
No fim, dominar prompts não é sobre tecnologia. É sobre comunicação. Quem aprende a pedir melhor, recebe melhor. E isso vale tanto para a IA quanto para qualquer outra área da vida.


